sábado, 5 de janeiro de 2008

Algumas considerações...

- Como assim? O Juvenal Antena ressuscitou? É análogo com Jesus Cristo? Tô fora!

- Estou viciadíssimo num cd lindo que me caiu em mãos há algum tempo. É de uma cantora nova chamada Roberta Sá. O cd chama-se de forma bem sugestiva "Que belo estranho dia para se ter alegria". A Roberta é uma cantora de samba bastante promissora e, inclusive, já fez uma linda gravação com o Ney Matogrosso no seu último disco. O novo cd da Roberta tem pérolas maravilhosas: "Belo estranho dia de amanhã" ("e as telas planas de plasma vão se dissolver..."), "Fogo e gasolina" (num delicioso dueto com o Lenine), "Samba de amor e ódio" ("bendito ódio/ódio que mantém a intensidade do amor"), "Girando na Renda", "Interessa"... Roberta não tem um timbre vulgar como as trocentas cantoras novas que aparecem por aí na mídia. E além de tudo, é linda e simpática. OUÇAM!!!

- Eu vi o Milton Nascimento anteontem na Globo cantando "Travessia" e fiquei arrepiado. Acho até que chorei. Mesmo aos sessenta e pouco, Milton continua emocionando qualquer um que ouça com atenção e cuidado sua voz tão cheia de mistérios, de pedras, de sal, dos tambores de Minas. Recomendo algumas músicas para "viajar" na voz desse gênio da MPB: "Travessia", "Conversando no bar", "Para Lennon e McCartney", "Canções e momentos", "A feminina voz do cantor".

- Tô lendo "Zero" do Ignácio de Loyolla Brandão. Com o perdão da palavra: é DO CARALHO! Eu nunca tinha prestado muita atenção no Loyolla, sempre o considerei (erroneamente) um autor menor. Mas o "Zero" me fez mudar completamente de opinião: é uma obra genial, intensa, criativa, impensável, inclassificável, impossível. Divertida e trágica. É ficção ao mesmo tempo que é reportagem. Um filme ágil, zilhões de quadros por segundo. Comprei por R$ 3 num sebo da praça João Mendes.

- Boa sorte a todos que farão a segunda fase da Fuvest amanhã! Exterminem de uma vez por todas esse encosto da vida de vocês!!!!!

- Esses dias eu vi no Youtube (sacro-santo Youtube) um vídeo de 1981 com a Gal e o Grande Othelo cantando "No tabuleiro da baiana", do Ary Barroso. É um daqueles momentos em que a gente se sente orgulhoso de viver numa terra tão corrupta, tão desvirtuada, tão miserável, tão cruel. Em nenhum outro lugar do mundo se encontra uma Gal Costa e muito menos um Grande Othelo. Tampouco um Ary Barroso, tampouco uma Bahia tão inspiradora, tão cheia de aromas, de cores e sabores. Eu tô com preguiça de pesquisar o link. Mas é um vídeo antológico.

- Panis et circensis! Chegou a hora de montarmos a arena e atirarmos cristãos vivos aos leões! O Big Brother Brasil está voltando! Vamos todos nos prostar em frente à televisão para acompanhar a boçalidade, a futilidade, o erotismo barato (como definiu o colunista da Folha num texto que achei muito inteligente), a mediocridade, a ausência total de conteúdo. Lá vem o Brasil descendo a ladeira outra vez. PRONTO, acabou meu momento de orgulho do país em que nasci.

- Carnaval dia cinco de fevereiro? Daqui a uns dias comemoraremos o carnaval no dia 1º de janeiro.

- Afinal...para que serve o carnaval mesmo?

- Hoje fui pro centro de São Paulo, região da Sé - João Mendes - Liberdade - Maria Paula - Consolação e fiquei espantado quando, no farol da rua Maria Paula, olhei para frente e vi uma igreja aos fundos da catedral da Sé. Já passei muitas vezes por aquela região mas nunca havia reparado naquela igreja (Igreja de São Gonçalo, se não me engano). Parece que é do século XVIII. Lembra muito as igrejas das cidades históricas mineiras - mas bem atrás da imponente catedral gótica. Como a gente se espanta facilmente numa cidade tão diversa e arquitetonicamente poluída como São Paulo...

Acabaram minhas considerações...

Bom fim de semana!

Marcos Vinícius Ferrari

Um comentário:

nina g. disse...

Não sei quanto as outras considerações, mas o BBB é um exemplo da cultura brasileira, Maáá!
aiushaiuhsaiuhs


muito bom. -]


beeijo